sábado, 7 de março de 2009

Análise da estréia de Death Note

O ANMTV apresenta uma análise sobre a estreia no Animax de Death Note, notadamente a dublagem de animê mais aguardada dos últimos anos, ainda mais por ser a mais importante das versões de animês gravadas no Rio de Janeiro.

No ano passado, o mesmo estúdio para o qual foi enviado Death Note foi responsável pela dublagem de
As Meninas Superpoderosas: Geração Z, sendo as duas séries dubladas no mesmo período e tendo o mesmo diretor, sem falar que foram legendadas pelo mesmo fansub. A atração do Cartoon Network saiu um tanto feita nas coxas, porém a aquisição do Animax, como pode-se ver nesta análise, atendeu as boas espectativas alimentadas ano passado com os vídeos do extinto blog do Guilherme Briggs (dublador de Raye Penber).

Até os fãs mais fundamentalistas da versão japonesa renderam elogios a esta versão brasileira, e já há até a espectativa pela primeira aparição de L. Críticas aparecem, pelo menos nesse começo de série, justamente ao dublador do protagonista Light, José Leonardo, que em alguns momentos ficou devendo.

Episódio 1: Renascimento
Primeira novidade: os créditos e legendas todos em português. Uma demonstração de consideração pelo público brasileiro;

Nas primeiras falas do Ryuk é possível notar que o shinigami não ficou exatamente com a "voz" do Macaco Loco só por ambos terem o mesmo dublador, como muitos fãs radicais temiam. Afinal, o Ryuk não é nenhum vilão de fato e este animê não é nenhuma comédia. De fato, o dublador e diretor Jorge Vasconcellos preferiu, nesse primeiro episódio, deixar o Ryuk um tanto mais sombrio;

Uma coisa que a Viz Media poderia ter explicitado na dublagem é que a tediante aula do Light é de inglês. Na versão one shot do mangá, [abre spoiler] o protagonista Tarō só descobre que Death significa morte ao procurar no dicionário — isso depois de despachar dois colegas de classe sem querer [fecha spoiler];


Segundo ponto positivo para o uso de legendas: evitar o uso de "vozes do além" que leem cada nome ou palavra estrangeira; terceiro ponto é a consideração de que o público não é infantil, visto que os mais velhos têm a capacidade de ler mais rapidamente as legendas; quarto ponto: evitar a contraditória edição do mangá, no qual alguns nomes foram transliterados para o nosso alfabeto, sendo que, para o caderno fazer efeito, o nome é escrito no idioma materno na vítima (não está nas regras, mas é fato);


Na cena acima há uma vacilada na reação do Light, quando é anunciada a morte do sequestrador: a imagem mostra o protagonista bem mais espantado sua fala;

"— O primeiro de novo! É a maior pontuação que ja teve. — É, eu acho. ": "humilde" o Light dublado, não?

Explicação simples, eficiente e literal do termo shinigami: "Um deus da morte" — 死 (shini), morte, e 神 (kami), deus. Intrigante que a mesma Viz Media fez com que a mesma palavra fosse traduzida como ceifeiro de almas em Bleach;


"Essa é alguma fantasia que vocês humanos inventaram?": tamanho desprezo pelos humanos da fala do Ryuk — que no original parece ser só indiferença. Só faltava chamar os humanos de fedidos * ;

Bem especificado na dublagem o "magnetismo" do caderno: "Tem alguma coisa no Death Note que faz os humanos quererem experimentá-lo pelo menos uma vez". Esse poder atrativo já foi assimilado ao do Um Anel de O Senhor dos Anéis: por mais que o objeto pareça vulgar e inofensivo e ao mesmo tempo seja a fonte de todo o mal, quem o tem em mãos com a melhor das intensões é seduzido e se corrompe;


Os dubladores brasileiros dos principais personagens foram creditados, entre eles quem interpreta a Sayu Yagami — até então, desconhecida —, Pâmela Rodrigues, que dublou nos últimos anos María em Chiquititas 2000, os filhos de Flanders no filme d' Os Simpsons e, em Lalola, Melisa Canavaro (ou "Melissa Carvalho" — xD);

Um ponto negativo das legendas: na prévia do próximo episódio, alguns caracteres foram legendados de uma forma, no mínimo, improvisada. Ideal seria que, em casos assim, um narrador falasse, tornando a cena mais bem feita.




em resumo
A dublagem está proporcionando ao público o roteiro verdadeiramente pretendido para a história, evitando confusões, eventualmente geradas pelos episódios fansubados. Até o momento, nenhum sinal de alterações no enredo — nem digam que Light é americanização do "japonês" Raito; é justamente o contrário (o segundo é uma niponização do primeiro);

Houve praticamente total referência do mangá lançado pela JBC. Apenas algumas palavras foram obrigatoriamente omitidas, acrescentadas ou alteradas a fim de se ajustarem ao tempo correspondente;

Houve uma preocupação para que Death Note fosse o mais fiel possível à versão original e, principalmente, ao mangá, que já é (ou ambos são) de conhecimento geral;Diz-se que "a voz do Light está nova demais", que "está solta demais" e até que por mais absurdo que pareça, que "está carioca demais". Isso são só características, que os próprios dubladores japoneses têm. Além do mais, uma voz que combine e uma boa interpretação são o que importa (apesar de a desse episódio não ser 100%, tem tudo para dublador se entrosar com o personagem). Não é porque o idioma original é o japonês que deve-se interpretar do jeito de falar nesse idioma, e isso vale para qualquer língua.

O objetivo da dublagem não é transformar os personagens em brasileiros, mas fazê-los com que sejam apreciáveis à nossa variante da língua portuguesa. Além disso, nada contra os dubladores paulistanos, mas a dublagem carioca estava há tempos merecendo receber mais animês, de modo que as duas cidades tenham oportunidades iguais e que as vozes não fiquem tão repetitivas.
Aproveitamos para convidar os leitores a participar do fórum de discussões sobre os episódios dublados de Death Note na comunidade do orkut Death Note Dublado - Animax. Toda semana comentaremos espectativas, atuações dos dubladores e adaptações.

*"Humanos fedidos" é um fala repetida até a exaustão pelo personagem de Jorge Vasconcellos (dublador do Ryuk) em As Meninas Superpoderosas: Geração Z, Macaco Loco.

11 comentários:

  1. A escolha da diferenciação entre Bleach e Death Note pode ser pela diferença no próprio modo como os personagens agem. Em DN, os shinigamis realmente levam à morte, senndo seres praticamente absolutos, falecendo apenas diante das próprias regras. Já em Bleach, o termo usado em português, Ceifeiros de Almas, acho bem apropriado, considerando que os shinigamis conduzem as almas dos já mortos (E não matam)ao outro mundo e também não são tão poderosos diante das adversidades.

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  2. Shinigami tem várias traduções.
    em DN foi traduzido de acordo com o contexto como explicou Ton-Kun

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  3. Lembrando que: na versão americana, o termo "shinigami" foi mantido, diferentemente de Bleach, onde o termo foi alterado. A dublagem das séries da Viz Media seguem o original americano de termos e etc. Portanto, as escolhas não são feitas pelo estúdio de dublagem e sim pelo cliente. Dá para ter boa noção de como ficarão as dublagens dos próximos episódios assistindo a versão americana de DN.

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  4. achei muito interessante a dublagem, eu já gostava da dublagem feita do dublador do light(esqueci o nome, mal aeh!), no raimundo do duelo shaolin, e quando me disseram a voz do L que era do Cantú, dava pra lembrar o wizardmon falando!
    cara, o pessoal tá de parabéns!

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  5. O Kon está aqui comentado? olha o Róbson ai gente!

    bom pra mim a dublagem ficou otima, os termos também e assim como todo mundo eu estranhei e muito a voz do Raito, ficou muito inocente não sei bem pq.

    com relação aos termos eu acho que a viz devia manter isso em todos os seus animes inclusive traduzir créditos pro português tb.

    eu não vi sotaque e achei muita palhaçada do pessoal achando que viu, pra mim e falta de costume com a dublagem de anime feita no rio que na minha opiniao saiu superior a paulista que anda a séculos repetitiva.

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  6. Teve um sotaque sim,mas bem fraco e eu adorei,sou carioca e já estava cansado de assistir animes dublados por paulistas,sotaque paulistano é terrível(sem ofensas aos paulistano,mas eu não suporto escutar eles falando XD),e depois vem implicar com o nosso Ssssss.

    Sr.Kunumode me dá um autógrafo!? :D

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  7. "e assim como todo mundo eu estranhei e muito a voz do Raito"

    "Todo mundo" VIRGULA! Estranhar é a até normal, mas eu achei muito bom, logo quando ví a chamada havia gostado. Achei bem coerente com o original, menos as partes em que eke tem de falar mais malto, mas são poucas essas partes. O tom de vos japonesa nas dublagens é bem diferente da nossa.

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  8. eu sempre odiei a voz do light em japones...nao combina com ele..parece voz de vilaozinho de novela mexicana, quando eu ouvi quase tive convulsao....mas a da versao brasileira ficou ate num certo ponto melhor(em termo de tom de voz, ja que ele é um estudante e tal), mas falhou em alguns pontos de interpretaçao onde era exigido raiva e tal...mas ficou legal......agora em relaçao ao episódio 2 (exibido ontem)...me decepcionou..serio..a voz do L nda a ver, principalmente no quesito interpretaçao. acho que o dublador só chegou no estudio la e dublou, pq pra mim ele ganhou 0 em interpretaçao.

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  9. A dublagem ficou realmente muito boa, assim como a adaptação feita pela VIZ no geral. E no segundo episódio deram uma boa explicada sobre o uso do nome Kira (colocaram o light falando em off "deve ser uma adaptação da palvra Killer, que quer dizer assassino, em inglês"). Direto, claro, explicativo, e justifica a cuntinuidade do uso do nome Kira, sem maiores contratempos. Genial, é o que eu tenho a dizer a respeito :)
    Quanto ao dublador do L, acho que ele tem potencial. Afinal, ele fez a voz do Sam Witwicky em Transformers, e foi um trabalho genial.

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  10. Na verdade o light só foi chamado de Raito porque o som da letra L é substituido por R na língua japonesa assim fica "Right"
    mas quando há uma letra muda no japones é colocado o ou a assim ficou Raito(a escrita tambem foi mudada).

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  11. lembrando q nas versões originais de Bleach e Death Note são usados
    inumeros palavroes e palavras chulas como m*rd*,p*rr* e outras
    mas a Viz tirou os palavroes.

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